O Vazio da Mala

Genocídios e Holocausto, faz-se necessário sempre recordar.

A peça O Vazio na Mala, conta a história de um renomado jornalista de guerra que retorna ao Brasil para vender o apartamento dos pais, fechado desde a morte deles. Inevitavelmente lembranças o mergulham nas memórias familiares fazendo deparar-se com conflitos e segredos. A avó guarda, numa mala fechada, relatos e documentos da fuga da Alemanha nazista.

 

Baseada em relatos reais, “O Vazio na Mala” explora temas universais como família, ciclos e a busca por significados.

 

A dramaturgia peca em não acrescentar a razão pela qual, nos dias de hoje, é necessário recordar o holocausto como um dos tantos absurdos da humanidade que, muitas vezes em silêncio, observa horrores de guerras passadas e presentes e deles faz-se cúmplice muda.

 

Conta-se uma história de família sem que se teçam conexões para as novas gerações; passados os anos de acontecimentos longínquos e os jovens não se reconhecem nessas histórias não sabendo, no mais das vezes, o que se passou. Está um tanto confuso o porquê da peça.

 

No museu Judaico, em São Paulo, quando o entramos, encontramos uma explanação dos genocídios atuais para, também, situar o visitante. Não se trata apenas do passado, mas do presente.

 

Ótimos atores em cena – Emílio de Mello, no papel de Samuel, mostra seu talento e verdade cênica numa performance brilhante a cada intervenção.A Avó Esther traz a talentosa atriz Noemi Marinho – brilhante interpretação, merecedora de um prêmio em 2024; do humor à tragédia, navega com maestria, profundo conhecimento do métier, encantando a plateia. 

Assistir ótimos atores e atrizes torna-se um aprendizado. 

 A cenografia moderna de Márcio Medina abriga um escrito “paz”,  referindo-se aos dias de hoje, às guerras absurdas e permite-se quebrar, um tanto, a montagem realista proposta para o espetáculo. A trilha sonora de Gregory Slivar, outro dos acertos da obra, e André Grynwask, no vídeo mapping, compõem a montagem com profissionalismo.

 A produção, bem cuidada, como tudo que o SESI produz.

 Resta-nos o pensamento – 

 

“O que é feito não pode ser desfeito, mas podemos prevenir que aconteça novamente”Anne Frank.

 

Teatro SESI – Centro Cultural Fiesp.

Av. Paulista, 1313 – centroculturalfiesp.com.br

 

Temporada – de 5ªs a sábados, às 20h. Domingos, às 19h

De 21 de março a 30 de junho de 2024.

 

Pamela Duncan

 

blog.pensamento-www.pameladuncan.art.br

 

Alice Eugenia – revisão

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