Querô, uma reportagem maldita

Um grupo que é uma Promessa

“ A dezessete anos sou um dramaturgo. Há dezessete anos, pago o preço de nunca escrever para agradar os poderosos… A solidão, a miséria, nada me abateu, nem me desviou do meu caminho de crítico da sociedade, de repórter incômodo, e até provocador. Eu estou no campo. Não corro, não saio. E pago qualquer preço pela Pátria do meu povo!”… Plínio Marcos

“Querô” foi o primeiro romance do dramaturgo publicado na década de 60. Em 1976, o autor o converteu numa peça de teatro que ganhou o prêmio APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte; pela mesma obra, em 1993, ganhou o prêmio Shell.

O autor Plínio Marcos afirma: “Minhas peças são atuais porque o País não evoluiu” e nesta montagem o Grupo reafirma a força e a atualidade do texto,  cujo conteúdo encontramos  diariamente nas páginas policiais dos noticiários do País, e o que o Folias nos mostra de uma forma  contundente.

Um grupo de talentosos artistas, fruto do laboratório dos diretores do Teatro.

Marco Antonio Rodrigues dirige esta montagem com um sentimento profundo,  vibrante, visceral  – e delicado, fazendo desta obra e dos atores o momento de entrega total  que leva o público a um xeque-mate sentimental, talvez,  no seu dia de lazer .

E mérito, também do diretor, dentro deste numeroso elenco de trinta e nove pessoas, colocar cada ator no seu papel apropriado, dada sua capacidade e experiência, evitando comprometer  o resultado final com os mais iniciantes.

 Na apresentação que assisti – na personagem do “Querô”, o  jovem ator  Pedro Henrique Carneiro,  mostra talento, ousadia, e  desponta como  ótimo futuro intérprete.

 Tatiana Freitas, mais madura, nos encanta com sua performance. Assim também o Repórter e Os Policias dão seu recado.

De produção  simples,  com poucos recursos, a proposta estética de cenário e figurino não acompanham tão afinada encenação da direção.

 Vale a pena assistir a este trabalho por vários motivos – O Contribuinte vai sentir que este Recurso Municipal, Verba do Fomento ao Teatro, está  bem cuidado e o resultado do investimento retorna a ele de forma digna e expressiva.

 É um trabalho de um dos grupos mais atuantes e comprometidos  da cena paulistana.

Plínio Marcos é pertinente e vigente nos dias que nos tocam viver.

Creio que,  por ainda  bastante tempo será, lamentavelmente, atual.

 

Cotação: Bom

Pámela Duncan

Revisão de texto: Lourenço Santos

 

Ponto de vista- jornais associados –Aplauso

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